Gigante da América
Passados 24 anos de uma grande conquista, entre as dez maiores da história centenária do Cruzeiro Esporte Clube, é necessário avivar as lembranças sobre o “Gigante da América”.
A Libertadores de 1976 foi um marco para o futebol brasileiro e a conquista naquele 13 de agosto de 1997 consolidou a imagem do Cruzeiro no cenário esportivo nacional.
Numa noite escura
Nem sempre um dia azul se transforma em sucesso e conquistas, do mesmo modo, muitas das glórias chegam em noites azuis, estreladas.
A conquista da Libertadores da América em 1997 foi árdua, com grande parte da torcida sofrendo mais do que torcendo. Por outro lado, a garra de alguns jogadores, como o Fabinho na partida contra o Grêmio (RS) davam o contraponto entre o sonho e a realidade.
Libertadores
Em primeiro lugar, aquela temporada teve anormalidades que os cruzeirenses não estavam acostumados. Saímos de três derrotas na primeira fase para três vitórias e uma caminhada consistente.
Como já estávamos à frente do projeto de site, lista de discussão por e-mails na Internet, foi uma oportunidade para reunir cruzeirenses do planeta na decisão. à época conseguimos ingressos para vários deles, que chegavam ate do exterior.
Adicionalmente, éramos integrantes da torcida organizada Comando Azul e abrigávamos torcedores na Comando “Net” Azul, com uma faixa presente sempre no Mineirão (Toca 3).
SURPRESA ?
Aquela era, à princípio, a Primeira grande decisão em que torcedores de arquibancada uniam-se aos torcedores de Internet (atuais redes sociais ou equivalente).
Surpreendentemente, muitos torcedores não acreditavam no Cruzeiro, pois a campanha tinha sido uma das piores das edições da Libertadores de até então.
O historiador Henrique Ribeiro, em seu Almanaque do Cruzeiro, escreveu:
O Surpreendente bicampeão
O título da Libertadores foi o maior conquistado pelo Cruzeiro em toda a sua trajetória de “campeão da década” de 1990. E foi de uma maneira surpreendente como faz parte da sua tradição. Começou a campanha com três derrotas consecutivas e, quando mais ninguém acreditava, veio a maior reação da história da Libertadores, reconhecida pela própria Conmebol, quando o time saiu da lanterna para buscar seu segundo título Sul-americano”.
Enfim, uma conquista épica que entrou para os anais da Conmebol. Entretanto, tenho que discordar da narrativa em um ponto: “… quando mais ninguém acreditava …” não faz jus a grande parte da torcida do Cruzeiro que nunca desiste.
O jogo
Desse modo, em descrédito com grande parte da torcida e com resultados “na conta do chá” nas fases eliminatórias, e depois de um jogo “esquisito” no Peru, vamos à finalíssima com casa cheia.
Festa Comedida
A Toca 3 recebeu público superior a 95 mil pessoas, o que era um público normal em partidas Internacionais daquela década. O jogo foi tenso que eu, por exemplo, que via o jogo com amigos no espaço em que a Comando Azul concentrava-se, fiquei chateado no intervalo com alguns comentários e mudei de posição no estádio para o segundo tempo. Em outras palavras, decidi sair de perto de cruzeirenses que me incomodavam com conversa fiada e critica de torcedor sem noção.
O time de Paulo Autuori contou com os seguintes jogadores em campo: Dida, Vítor, Gélson, Gottardo, Nonato , Fabinho, Ricardinho, Donizete, Palhinha, Marcelo Ramos e Elivélton. No decorrer da partida Da Silva entrou no lugar de Ricardinho.
Certamente, aquele jogo não foi um primor de técnica, mas teve emoções fortes do começo ao fim e Dida, em um dos seus muitos milagres naquela competição, salvou um gol certo quando a partida esta empatada.
Enfim, uma vitória simples, digna de um Gigante da América, incontestável, mesmo para os adversários citadinos e rurais. Veja resumo em ” Cruzeiro 1×0 Sporting Cristal – 13/08/1997 “.
Oh ! Libertadores da América, em breve voltaremos com mais festa do que antes…
Melhores momentos
Curiosidade
Imagem: Reprodução Youtube
Fontes de Pesquisa:
Almanaque do Cruzeiro, CruzeiroPedia, Arquivo Pessoal Evandro Oliveira
Autoria
Evandro Oliveira
Nota do editor
Desse modo, este texto e outros da trilha ” Num dia como hoje “, visam mostrar a história vivida pelo torcedor.