O jogo que eu vi
Esta trilha mostrará a perspectiva de um torcedor cruzeirense após cada partida que envolva o Cruzeiro, conforme a descrição da página principal. Assim sendo, o confronto deste texto é: Botafogo x Cruzeiro, válido pela 11a rodada do turno no Brasileiro 2021 da Série B.
O técnico Mozart alinhou a equipe com uma nova formação, aparentemente num 4-1-4-1, embora alguns analistas identificaram um 4-2-3-1, o que é muito pouco para um confronto como Botafogo x Cruzeiro.
Botafogo x Cruzeiro
FICHA TÉCNICA
Motivo: Jogo da 11ª rodada (Turno) do Campeonato Brasileiro 2021 – Série B
Local: Estádio Olímpico Nilton Santos – Engenhão – Rio de Janeiro (RJ)
Data e horário: 10 de julho de 2021 (sábado), às 16h30
Árbitro: Rodolpho Toski Marques (PR) – FIFA
Assistente 1: Jefferson Cleiton Piva da Silva (PR) – CBF/AB
Assistente 2: João Fábio machado Brichiliari (PR) – CBF/AB
Quarto Árbitro: Alex Gomes Stefano – CD (RJ)
Analista de Campo: José Carlos Santiago Andrade – CBF (RJ)
Público: Jogo de portões fechados devido à pandemia
Renda: Sem renda de bilheteria.
Gols: Chay (Botafogo) aos 8min do 1ºT, aos 15min e aos 47min do 2ºT ; Gilvan (Botafogo), contra, aos 8min do 2ºT, Marcelo Moreno (Cruzeiro), aos 21min e 24min do 2ºT.
BOTAFOGO(RJ) 3
Reservas: Douglas-22, Ricardinho-8, Romildo-21, Rickson-28, Ênio-36, Marcinho-39, Lucas-40.
CRUZEIRO 3
Reservas: Vítor Eudes-39, Adriano-15, Felipe Augusto-22, Claudinho-49.
Botafogo x Cruzeiro – O Jogo
Ainda que a partida fosse nos domínios do adversário, o Cruzeiro precisava da vitória e tinha que se impor, a sequência de resultados adversos, exigia iniciativa do time de Mozart.
Em suma, para um Botafogo x Cruzeiro, mesmo com as mudanças e novos jogadores, Mozart mudou de esquema, abandonou a ideia de três zagueiros, mas o time continua devendo.
Fatores como erros de arbitragem, marcação de lances de maneira duvidosa e postura do técnico, certamente povoam a cabeça dos jogadores, mais do que jogar futebol.
Primeiro tempo
Um primeiro tempo bastante diferente das etapas iniciais das últimas partidas, mais movimentado, talvez pelo adversário ser mais qualificado que os anteriores.
3min40s – Rafael Navarro tem liberdade, chega próximo à grande área pela meia esquerda e finaliza, Fábio coloca para escanteio por sobre a trave;
7min30s – Sistema defensivo do Cruzeiro perde a bola no meio campo, Diego carrega, entra na área e sofre falta. Na cobrança do pênalti, após quase dois minutos, gol do Botafogo(RJ);
24min50s – Marcinho cobra escanteio, Sóbis resvala na bola, esta passa por toda a pequena área e sai rente à trave;
43min – Giovanni chuta de longa distância, a bola bate num defensor e sai à linha de fundo com o goleiro vencido no lance;
43min50s – Na sequência do lance, de novo Giovanni chuta da intermediária e Cruzeiro consegue novo escanteio cedido pelo goleiro;
Um primeiro tempo mais movimentado com a equipe de Mozart apresentando mais tempo de posse de bola, mais finalizações e melhores índices sem, no entanto, conseguir finalizar ou levar perigo real ao Botafogo.
Segundo tempo
As entradas de Marcelo Moreno e Rhodolfo no intervalo mudaram um pouco o esquema tático do Cruzeiro e o jogo prometia outra dinâmica.
2min – Aírton, em jogada individual, entra na área e da tenta cruzar ou finalizar, mas a bola bate nas redes pelo lado de fora;
9min15 – Bruno José avança pela direita em velocidade, entra na área, faz cruzamento e Gilvan, tentando cortar, joga contra o patrimônio e o Cruzeiro empata;
16min20s – Num cruzamento com poucas pretensões, a defesa do Cruzeiro se enrola e Chay chuta de biquinho para o fundo das redes de Fábio;
19min18s – Num cruzamento do Cruzeiro pela esquerda, Moreno não alcança a bola que bate no braço do defensor do Botafogo e Marcinho, logo atrás, perde a chance não alcança a boa. O árbitro, com o lance sendo retomado pelo Botafogo, marca pênalti, convertido por Marcelo Moreno após defesa parcial do goleiro;
24min30s – Marcinho faz lançamento para Wellington Nem que é interceptado e sobra para Marcelo Moreno, na entrada da área, que finaliza com precisão e qualidade para empatar;
43min50s – Marco Antônio avança pela direita, entra na área e Fábio faz defesa importante.
47min – Bola fica perigosamente na área do Cruzeiro e sobre para o atacante Marco Antônio que sofre pênalti, convertido pelo Botafogo e dando números finais à partida.
Enfim, um segundo tempo intenso e com a ideia de que o Cruzeiro poderia ter ganho a partida.
Resenha
Uma vez que o adversário um pouco mais qualificado, o Cruzeiro se apresentou melhor. Entretanto, algumas falácias vão sendo perpetradas pelos comentaristas de frases feitas e cruzeirenses influenciadores de redes sociais. Dizer que “… o Cruzeiro só resolve jogar depois que sofre gol …” e outras bobagens, tem sido comum.
Mozart continua escalando alguns jogadores que, certamente, não devem ser os melhores da posição no elenco.
Embora grande parte da torcida, pelos comentários de redes sociais, discorde, o time vem melhorando. Entretanto, o nervosismo demonstrado até pelo técnico demonstra que muitos dos que poderiam reverter este quadro caótico, nesta partida, não estavam preparados, fisicamente e psicologicamente.
O time melhorou em relação a partidas recentes, mas fatores imponderáveis devem mexer com a cabeça da maioria dos jogadores, que não tem estabilidade necessária. Preocupante !
PÉROLAS
As “pérolas” continuam soltas e as maiores delas dizem respeito à escalação deste ou daquele jogador.
Alguns “exigem” a presença de Marcelo Moreno como titular; outros, mais ousados ainda, clamam para que Matheus Barbosa volte rápido; como nada é tão ruim que não possa piorar, ver torcedor defendendo titularidade de jogador medíocre, que foi tinha um desempenho dez anos atrás, na atual situação do Cruzeiro, é deprimente.
A pérola da vez é o chavão “… um empate com sabor de derrota …”, como se não bastasse, repetido por muitos. Certamente, vai ser impossível voltar ao “normal” e se tiver um novo “normal”, muitos torcedores terão que reaprender a torcer, se um dia souberam.
Além do jogo
A torcida do Cruzeiro não consegue separar o desempenho e apresentação dos fatores e problemas extracampo e do resultado. Desse modo, algumas coisas continuam me deixando irado
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- A quantidade de substituições, assim como os jogadores específicos que entram e saem (exceto por contusão);
- A confusão dos esquemas táticos que nem a mídia profissional consegue chegar a um acordo e não consegue fazer com que o técnico demonstre que sabe o que faz;
- Torcedor de rede social que não vê o jogo e quer comentar ou torcedor que comenta a partir do que ouviu no rádio ou leu nas redes sociais, tá impossível.
- E, finalmente, torcedor que a cada mau resultado diz que vai parar de torcer, que não volta mais, que era melhor estar fazendo outra coisa. Em suma, façam isso antes do jogo, recolham-se longe da Internet e redes sociais, divirtam-se, repensem a condição de TORCEDOR.
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Off Side: Os adversários da parte de baixo da tabela estão aproximando. O lanterna (REMO-PA) está apenas quatro pontos atrás de nós. Contudo, devemos considerar que ele tem dois jogos a menos e teremos o confronto direto daqui duas rodadas. Com toda a certeza, vencer as duas próximas partidas, o Avaí-SC em casa, um ponto á frente de dois jogos a menos e Remo no Pará) é uma questão de sobrevivência. Nada menos do que seis pontos, será o caos total.
Arbitragem
A prepotência da arbitragem brasileira é um caso para páginas policiais. O Cruzeiro vem sendo claramente prejudicado e, surpreendentemente, a diretoria esboça alguma indignação que não engana ninguém.
Parece que existe até uma cumplicidade velada sobre a aceitação de certos “erros” inadmissíveis.
Um atacante do Cruzeiro, em clara oportunidade de termos um ataque perigoso, foi criminosamente agredido. O árbitro manifestou extrema má vontade até para dar o cartão amarelo.
Infelizmente, a falência moral do Cruzeiro ainda predomina e, certamente, os adversários que possuem sua gente infiltrada na FMF e na CBF, têm responsabilidade direta nas escalas e outras atitudes destes árbitros.
Por outro lado, isto não dá o direito ao técnico Mozart de ser destemperado durante o jogo ( se bem que ele deve ser útil sem fazer substituições que não deveria ).
Por isso. acredito que os árbitros estão errando em demasia contra o Cruzeiro, e se isto não é manipulação, revela a baixíssima qualidade da arbitragem nacional.
Atuações
O time tem melhorado e alguns jogadores apresentado performances melhores. A ausência de alguns deles ajuda por um lado, mas complica de outro por conta do entrosamento e falta de treinamento daquele conjunto.
Melhor em campo – Marcinho
Pior em campo – Ramón
Herói do jogo – Marcelo Moreno
Vilão do jogo – Giovanni.
Marcinho
Novamente, sem dúvida alguma, tem sido o melhor em campo e dos mais objetivos dos jogadores ofensivos do Cruzeiro. Nota: 7,5
Marcelo Moreno
Muitos escolheram o atacante como melhor em campo, certamente é um erro de análise e, concordo que não passa de opinião. Classifico-o, portanto, como o herói do jogo e determinante para om placar, gol não é apenas um detalhe. Entretanto, no geral, dois ou três jogadores foram melhores do que ele durante o jogo. Nota: 7,0

Giovanni
Ramón
O time atuou melhor no conjunto, é provável que a instabilidade emocional e desespero quando o adversário parte pra cima, esteja sendo determinante.
Notas:
Fábio(6), Cáceres(sem nota), Norberto(5), Léo Santos(4), Rhodolfo(4), Ramón(3), Jean Victor(5), Lucas Ventura(7), Flávio(5,5), Giovanni(3), Marcinho(7,5), Aírton(6), Wellington Nem(6), Bruno José(6,5), Rafael Sóbis(4), Marcelo Moreno(7). Técnico: Mozart(2).
BOTAFOGO x Cruzeiro – Histórico
Números totais do confronto | |
Número de jogos | 93 |
Vitórias do Cruzeiro | 40 |
Empates | 30 |
Derrotas | 23 |
Saldo de vitórias | 17 |
Gols do Cruzeiro | 136 |
Gols de Botafogo de Futebol e Regatas | 109 |
Saldo de gols do Cruzeiro | 27 |
Jogo mais recente considerado – Botafogo 3×3 Cruzeiro – 10/07/2021 | |
Fonte: Cruzeiropedia |
Artilheiros
Marcelo Ramos(6) , Carlos Alberto Seixas(5), Guilherme Gusmão(4), Dirceu Lopes, Fábio Júnior, Niginho, Palhinha, Paulinho McLaren, Ronaldo, Thiago Ribeiro(3).
Curiosidades
O Cruzeiro não perde para o Botafogo(RJ), com o mando de campo do adversário, desde que disputaram o Brasileiro´13, em junho daquele ano. Foram 7 (sete) partidas com 4 empates e 3 vitórias em cinco estádios no Rio de Janeiro e Distrito Federal.
A última derrota do Cruzeiro para o time da Estrela Solitário foi em setembro de 2016, no Mineirão, em partida válida pelo Brasileiro. Foram três vitórias e cinco empates com 4 partidas no Mineirão e 4 no Estádio Nilton Santos.
Cruzeiro e Botafogo tem uma das mais altas médias de gols – superior a 2,6 por partida – dentre todos adversários do Cruzeiro. A vantagem de gols pró do Cruzeiro é alta e o maior placar foi no confronto ocorrido em outubro de 1995, no Mineirão, com vitória do Cruzeiro por 5 a 3.
Marcelo Moreno atingiu a marca de 51 gols vestindo a camisa do Cruzeiro e tornou-se o jogador estrangeiro com o maior número do gols do time.
O primeiro confronto Botafogo x Cruzeiro aconteceu nos tempos de Palestra Itália, no Estádio do Barro Preto, o placar terminou em empate de 3 gols como Niginho(2) e Bengala marcando pelo Cruzeiro. Palestra Itália 3 x 3 Botafogo(RJ) – 15/11/1936.
O que vem por aí
Enfim, após 11 rodadas, estamos, novamente, mais perto da zona da degola e com sérios riscos de entrarmos no Z4 após o fechamento completo de 11 jogos para todos os times.
O técnico Mozart parece não ter, a princípio, seu time definido e não conhece muito bem os adversários. Desse modo, uma derrota e quatro empates seguidos (apenas 4 pontos em 15) mostra, além de pouca evolução, uma performance muito ruim do time sob o comando de Mozart.
Arte: Romero Marconi
Fontes de pesquisa
Esta edição de “O jogo que eu vi” foi escrita por
Evandro Oliveira
Nota do editor
A trilha ” O jogo que eu vi ” mostra, não apenas, um ponto de vista, e muito mais sobre determinada partida. Inclui, além disso, uma completa ficha técnica do jogo. Sempre com o propósito de que qualquer torcedor possa descrever o jogo que ele viu.
Desde já, agradecemos quaisquer sugestões, mesmo que sejam críticas e indicações de erros.