O leitor do PHD, Pedro, está percebendo em que beco se meteram os clubes incautos:
O racha dos grandes clubes é a 3ª fase de um processo que culminará com a eliminação de todos os times off-eixo do futebol competitivo.
O leitor do PHD, Pedro, está percebendo em que beco se meteram os clubes incautos:
O racha dos grandes clubes é a 3ª fase de um processo que culminará com a eliminação de todos os times off-eixo do futebol competitivo.
Cruzeiro e Estudiantes replicaram a final da Libertadores 2009 na abertura da edição de 2011.
No Cruzeiro, apenas três titulares daquela final estiveram em campo. O Estudiantes teve seis remanescentes.
Depois de perder para o Sesi por 3×2, de virada, na quarta-feira, em São Paulo, o Cruzeiro recuperou-se na Superliga de Vôlei batendo o Pinheiros por 3×0 (28×26, 27×25, 25×23).
O argentino Marcelo Méndez escalou o campeão mineiro com William, Wallace, Leo Mineiro e Filipe, Acácio e Douglas Cordeiro, Serginho (líbero). Entraram Danilo e Renato Felizardo.
O time paulistano, dirigido por Mauro Grasso, jogou com Marcelinho, Leo, Giba e Maurício, Rodrigão e Gustavo, Polaco (líbero). Entraram Murilo, Tuba, Silêncio, Aranha e Reffati.
Em 3º lugar com 41 pontos, o Cruzeiro pode chegar à vice-liderança se vencer. Perdendo, pode sair do G4.
Wellington Paulista, Marquinhos Paraná, contundidos, são os desfalques do time celeste.
Em 9º lugar com 30 pontos, o Ceará pode subir uma posição. Perdendo pode cair para o 14º lugar.
Dimas Filgueiras contará com todos os titulares e ainda terá o driblador Mizael no banco pra atormentar a defesa celeste em caso de necessidade.
Em 3º lugar com 40 pontos, se vencer, o Cruzeiro pode até chegar à liderança. Se perder, fica em 4º lugar.
Marquinhos Paraná e Wellington Paulista, contundidos, desfalcam o time celeste.
Em 4º lugar com 37 pontos, o Botafogo pode chegar à vice-liderança, se vencer. Perdendo, pode cair uma ou duas posições.
Jobson, Marcelo Cordeiro e Marcelo Matos, contundidos, desfalcam o alvinegro carioca.
Em 6º lugar com com 31 pontos e oito vitórias, o Cruzeiro sobe duas a três posições se vencer. Perdendo, fica onde está.
Cuca não contará com Edcarlos, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, Caçapa, Fabrício, Robert, Wellington Paulista e Montillo, lesionados.
Em 4º lugar com os mesmos 31 pontos e uma vitória a mais, o Inter sobe para 3º em caso de vitória. se perder, despenca uma ou duas posiçòes.
Celso Roth não contará com Índio, suspenso, Alecsandro, lesionado, e D’Alessandro, servindo à seleção argentina.
Mauro França e Jorge Santana
Mundial
Com a conquista da Libertadores 1976, o Cruzeiro se credenciou à disputa da Copa Intercontinental, nome oficial do Mundial Interclubes, naquela época disputado em dois jogos entre os campeões da América do Sul e da Europa.
O Bayern Munich, tri-campeão europeu, que se recusara a enfrentar o Independiente nos dois anos anteriores, aceitou jogar contra o Cruzeiro. As partidas foram marcadas para 21nov76 em Munique e 21dez76 em Belo Horizonte.
Excursão
Os jogadores celestes mal puderam comemorar o título da Libertadores. A delegação nem retornou para Beagá, onde certamente teria uma recepção triunfal. De Santiago, o time seguiu diretamente para Paris, escala inicial de uma excursão que se prolongou por todo o mês de agosto.
Nem houve tempo para descanso. Apenas quatro dias depois do histórico 3×2 sobre o River, em 03ago76, o Cruzeiro empatou por 1×1 com o Saint-Étienne, tri-campeão francês e vice-campeão europeu. Em 08ago176, o time celeste venceu o Nice por 4×3, com uma grande exibição.
A excursão continuou na Espanha, onde se realizavam vários torneios de verão, que os clubes brasileiros aproveitavam pra reforçar o caixa. Em La Coruña, no Estádio Riazor, o Cruzeiro disputou o Torneio Tereza Herrera, pela segunda vez consecutiva. Venceu o PSV Eindhoven por 2×0 e perdeu para o Real Madri pelo mesmo placar, com dois gols de pênalti.
No torneio seguinte, no Estádio Vicente Calderón, em Madri, o Cruzeiro perdeu para o Athletic Bilbao por 3×1 e venceu o Racing White, da Bélgica, por 2×0.
No Ramon Sanchez Pizjuan, em 24ago76, o Cruzeiro empatou com o Sevilla por 1×1, mas foi eliminado nos pênaltis, por 5×3. Raul Plassmann defendeu uma penalidade, mas o juiz mandou repeti-la. Dois dias depois, o campeão sul-americano bateu o Hajduk Split, da Croácia, por 4×2, terminado em 3º lugar no Torneio de Sevilla.
A excursão encerrou-se em 29ago76, no Estádio Municipal de Almeria com uma vitória por 3×2 sobre o time local. Foram 9 jogos, 5 vitórias, 2 empates, 2 derrotas, 18 gols a favor, 14 contra.
Financeiramente, o saldo da viagem foi ótimo, mas o custo técnico foi alto. Jairzinho, Vanderlei Lázaro, Nelinho e Wilson Piazza voltaram contundidos. Os dois últimos com mais gravidade, ficaram três semanas afastados do Campeonato Brasileiro, na época, chamado Copa Brasil.
Copa Brasil
Em 04set76, menos de uma semana depois do último amistoso na Europa, com cinco desfalques, o Cruzeiro estreou na Copa Brasil empatando com o Botafogo por 0x0 perante 10.294 torcedores, no Mineirão.
Os desfalques constantes afetaram o rendimento do time. Zezé Moreira jamais conseguiu escalar o time completo no campeonato. Para complicar, Joãozinho também se contundiu com gravidade e ficou de fora da maior parte dos jogos.
Em um grupo de 9 equipes, o Cruzeiro ficou em 2º lugar ao lado de Coritiba, Atlético e São Paulo. Pelos critérios de desempate, ficou na 5ª posição (3 vitórias, uma por mais de dois gols de diferença, que valia 3 pontos; 4 empates e uma derrota). Como somente os quatro primeiros se classificavam, o time celeste teve que disputar a repescagem, que valia uma vaga para a 3ª fase do torneio.
Na repescagem, o Cruzeiro enfrentou Portuguesa, Londrina, Uberaba e Confiança. Somou 8 pontos (3 vitórias, uma de 3 pontos, e 1 empate) e ficou em 2º, um ponto a menos do que a Portuguesa. No último jogo, precisava derrotar o Londrina por dois gols de diferença pra ficar em 1º. Em 27out76, no Mineirão, diante de um público de quase 40 mil torcedores, Palhinha fez 1×0 no início do 2º tempo e foi só. Para surpresa de muitos, a menos de um mês do duelo contra o Bayern, o campeão sul-americano foi eliminado do Brasileiro.
Racha
A eliminação precoce conturbou o ambiente na Toca. Carmine Furletti, vice-presidente de futebol, e Elias Barburi, o Tóia, diretor de futebol, criticaram Zezé Moreira, cujo esquema de jogo consideravam ultrapassado. Barburi queria a demissão do treinador. Mesmo afastado por doença, Felício Brandi bancou o treinador e responsabilizou os dirigentes, que teriam reforçado mal a equipe, pela desclassificação.
Em meados de outubro, o clube contratou o uruguaio Pablo Forlan, que aos 31 anos estava aposentado em Montevidéu. Zezé Moreira contava com a experiência e a garra do lateral, que disputara duas copas do mundo e havia sido campeão intercontinental com o Peñarol em 1966.
Inverno
O Cruzeiro embarcou para a Alemanha com problemas. Nelinho, Piazza e Joãozinho vinham de longa inatividade. Dirceu Lopes, há mais de um ano parado, também estava fora de forma. O time estava sem ritmo, pois só jogou duas vezes após a eliminação no Brasileiro. Com equipes mistas, empatou em Maringá, com o Grêmio local, e no Mineirão, com o América carioca, por 0x0.
Além de tricampeão europeu, o Bayern era a base da Seleção Alemã campeã do Mundo em 74. Tinha celebridades como Sepp Maier, Franz Beckenbauer, Gerd Muller e Paul Breitner entre outros. No campeonato alemão, estava em 3º, a 4 pontos do líder.
Os alemães até foram corteses. De acordo com Raul, forneceram agasalhos e material de treino aos cruzeirenses. O próprio goleiro foi presenteado por Maier com luvas apropriadas para jogos com neve.
O jogo foi disputado sob uma nevasca. Em tais condições, o Cruzeiro foi cauteloso. Queria ao menos empatar e trazer a decisão para o Mineirão. Nelinho e Joãozinho, que foi substituído por Dirceu Lopes no 2º tempo, não estiveram bem. Mesmo assim, o time resistiu até os 35 o 2º tempo, quando Ulli Hoeness cruzou da direita, Morais não alcançou e Gerd Muller, na entrada da pequena área, dominou e chutou no canto direito de Raul Plassmann.
Dois minutos depois, Rummenigge começou a jogada pela esquerda, Muller fez corta-luz e Kapellmann, da entrada da área, bateu rasteiro no canto direito de Raul pra definir o placar e colocar os alemães em vantagem na decisão.
Mesmo apontando a neve como vilã, Nelinho não deixou de observar que muitos jogadores –os principais– estavam fora das suas melhores condições físicas e técnicas, em entrevista à Placar:
Revanche
Sem compromissos oficiais, os jogadores voltaram à rotina de treinamentos. Palhinha, com dores musculares, e Jairzinho, gripado, não participaram da primeira semana de treinamentos. Zezé Moreira, que pretendia apurar a condição física e técnica do elenco, era só preocupação.
O Cruzeiro disputou apenas um amistoso entre os dois jogos. Em 11dez76, venceu o Uberaba por 3×0, no Mineirão, perante 4 mil torcedores. Raul e Jairzinho ficaram de fora, enquanto Dirceu Lopes e Joãozinho atuaram o tempo todo.
Mesmo reconhecendo a força do adversário, o clima entre os jogadores era de confiança. Todos achavam possível reverter o resultado e conquistar o título. Acreditavam no pouco tempo de adaptação dos alemães ao calor fizessem a diferença, como o frio e a neve tinha feito na Alemanha. Zezé Moreira analisou o adversário e deu a receita para vencê-lo, em entrevista à Placar:
Zezé Moreira ficou aborrecido com o desfecho do jogo de ida:
Mas não havia perdido a esperança:
Verão
Enfim, na quinta-feira, 21dez76, o Mineirão recebeu pela primeira e única vez na sua história uma decisão de título mundial. O público oficial foi de 113.715 pagantes.
Saí da Fafich, no Bairro Santo Antônio, por volta de 13h e parei pra tomar cerveja e fazer a resenha do futebol com os colegas no Jorobó, um boteco na Contorno, quase na esquina de Carangola.
Por volta de 15h, saímos para o Mineirão em vários táxis. Eu e o Nílton Figueiredo, colega de Sociologia, tomamos um fusca amarelo sem banco dianteiro.
Na Catalão, sobre o viaduto do Anel Rodoviário, o motorista puxou o freio de mão e recomendou: “Se vocês querem ver o jogo, melhor irem a pé.”
Travou tudo. As pessoas largavam os carros no meio da pista e saiam correndo em direção ao estádio. No estacionamento, saquei o lance: havia dezenas de ônibus de todas as partes do país: Bahia, Rio, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso, Paraná, São Paulo e inúmeras cidades do interior de Minas.
Quando consegui entrar, não havia mais divisão de setores. Tentei furar os bloqueios de cada um dos acessos às arquibancadas, cadeiras e geral, sem sucesso. O Mineirão estava entupido.
O jeito foi assistir à decisão no corredor. Escolhi o Bar 22, cuja televisão, uma Philco com Bombril –aquela palha de aço que dizia ter mil e uma utilidades- nas pontas antenas, atendia a uma multidão incalculável. Havia superlotação até nas áreas de circulação.
No dia seguinte, o Estado de Minas estampava a manchete “Trânsito infernal na ida e na volta. A decisão mudou a vida da cidade”. Os jornais informaram também sobre a invasão de mais de 20 mil torcedores vindos em caravanas, que não encontrando ingressos à venda, arrombaram os portões do estádio. Esse foi, sem dúvida, o maior público da história do Gigante da Pampulha. (Jorge Santana)
O Bayern chegou à BH no dia do jogo. Os jogadores foram para o hotel, descansaram poucas horas e foram para o Mineirão. Reconheceram o gramado e se aqueceram sob estrepitosas vaias da torcida.
Zezé Moreira escalou uma formação mais ofensiva, com um ataque com Jairzinho pela direita, Palhinha, Dirceu Lopes e Joãozinho. Eduardo ficou no banco.
O calouro de Engenharia, João Chiabi Duarte, relata suas impressões:
“Eu me lembro de ter chegado ao estádio por volta das 16 h. Os portões se abriram por volta das 18 h. Lá dentro, não dava pra levantar e sair, porque se perdia o lugar. O time deles era uma verdadeira seleção campeã do mundo. Fiquei no hall de entrada para vê-los passar. Sepp Mayer o goleiro tinha mãos imensas. Beckenbauer carregava os sacos como qualquer outro jogador. Não tinha essa de roupeiro, cada um fazia a sua parte. Lembro até hoje da cena. O Bayern entrou para aquecer com os seus agasalhos vermelhos da Adidas (sonho de consumo de todos nós naquela época), um calor infernal. Foi a maior vaia que eu já tinha visto em um estádio de futebol…
O Cruzeiro precisava de uma vitória por dois gols no tempo normal para forçar a prorrogação e pênaltis. A gente acreditava demais nos nossos craques. O jogo começou depois das 21h. O Cruzeiro fez uma ótima partida e parou sempre nas mãos de Maier ou nos desarmes fantásticos de Beckenbauer ou do Schwarzenbeck (jogava duro e não perdeu uma antecipação naquele dia). Houve lances incríveis durante o jogo. Uma cabeçada do Jairzinho, de costas, que o Sepp Maier só defendeu porque tinha mãos enormes. Ou a grande defesa do Raul no chute rasteiro e forte do Rumenigge, que ele tirou com a ponta do pé.
No Cruzeiro, Dirceu Lopes parecia se ressentir da longa inatividade e não conseguia ter vantagem sobre a marcação implacável de Kapellmann. No 2º tempo, Zezé Moreira trocou-o por Forlan, que entrou na lateral direita, e adiantou Nelinho para a meia, para aproveitar o chute do lateral. E ele mandou três ou quatro varadas em direção ao gol alemão. Todas espalmadas ou socadas por Maier.
Rumenigge dava trabalho nos contra-ataques, mas sentiu uma contusão e deu lugar a Arbinger, que entrou para marcar as boas combinações que Nelinho e Forlan faziam pela direita. Palhinha, Joãozinho e Jairzinho brigaram com valentia contra os gigantes do time alemão e criaram as oportunidades. Embora não tivessem feito os gols, lutaram muito, como de resto, todo o time celeste.”
Mesmo sem o título, os jogadores celestes deixaram sob os aplausos da torcida, em reconhecimento pelo que fizeram. Foi um belo espetáculo proporcionado por dois grandes times. Um show de técnica e tática
Alguns lances ficaram da decisão mundial ficaram eternizados: duas incríveis defesas de Raul Plassmann, um drible de Joãozinho deixando o Kaiser Beckenbauer de bunda no chão e uma cabeçada de Jairzinho que, com o arco escancarado, mandou a bola no travessão.
João Saldanha culpou a cabeleira Black Power do atacante pelo desperdício. Segundo ele, a bola amorteceu naquela touceira ornamental. Para provar sua tese, o cronista saiu pelas ruas do Rio de Janeiro com uma bola e uma câmera filmando cabeçadas de outros cabeludos. Todas sairam chochas.
Links:
Em 6º lugar com 15 pontos, o Cruzeiro pode subir até três posições se vencer a partida. Se perder, pode cair duas.
Cuca não contará com Jonathan, suspenso, e Roger Galera, lesionado. Recuperado de uma lesão na coxa, Marquinhos Paraná ficará no banco.
Em 2º lugar com 19 pontos, o Fluminense chega à liderança se vencer. Perdendo, pode cair uma posição.
Muricy contará com todos os titulares. Só não não terá nenhum desfalque, mas ainda não conta com os internacionais Juliano Belletti e Emerson Sheick.
Lances + importantes do 1º tempo
Lances + importantes do 2º tempo
Fluminense 1×0 Cruzeiro, quinta-feira, 22jul10, 21h, Maracanã, Rio de Janeiro, 10ª rodada do Campeonato Brasileiro 2010 – Transmissão: SporTV e PFC (pague-pra-ver) – Público: 28.479 pagantes, 34. 845 presentes – Renda: R$597.495,00 – Juiz: Wilton Pereira Sampaio (DF) – Bandeiras: Roberto Braatz (Fifa-PR) e Enio Ferreira de Carvalho (DF) – Amarelos: Fabrício, Marquinhos Paraná, Wellington Paulista (Cru); André Luiz, Leandro Euzébio, Carlinhos, Diguinho (Flu) – Gol: Leandro Eusébio 8 do 2º tempo. – Cruzeiro: Fábio; Rômulo, Gil, Cláudio Caçapa e Diego Renan; Fabrício (Robert), Henrique e Francisco Everton (Javier Reina); Gilberto (Marquinhos Paraná); Thiago Ribeiro e Wellington Paulista. Tec: Cuca / Fluminense: Fernando Henrique, Gum, André Luis e Leandro Euzébio; Mariano, Diogo, Diguinho, Conca (Marquinho) e Carlinhos; Rodriguinho (Alan) e Fred. Tec: Muricy Ramalho – Histórico: Foi o 61º Cruzeiro x Fluminense. O Cruzeiro venceu 18 vezes, empatou 16, perdeu 27, marcou 83 gols, levou 98. Pelos brasileiros, incluindo as Taças Brasil de 1960 e de 1966, foram 42 partidas. O Cruzeiro venceu 13, empatou 14 e perdeu 15. Os dois clubes jamais decidiram uma competição entre si.
Depois da Copa, Paulo César Vasconcelos, do SporTV, manifestou sua preocupação com a falta de educação brasileira.
Veladamente, sugeriu que a torcida nativa terá de aprender a se comportar em estádios até 2014 ou o país passará vergonha.
Pois, se é assim, podem anotar: o Brasil passará vergonha.
Amostra do comportamento idiota do torcedor brasileiro pôde ser visto, ontem, no jogo da Cocota, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas.
Apesar do público diminuto, centenas de torcedores ficaram colados no alambrado desrespeitando quem estivesse interessado em sentar nas primeiras filas de cadeiras.
Isto acontece há tempos no Mineirão. Mas não no Independência onde a Polícia Militar mantinha os mal educados longe do alambrado.
O cruzeirense e setelagoano, João Noaves, registrou a avacalhação de ontem:
Eu apóio o João. Resta saber se a Ademg e a Polícia Militar também o apóiam.
Esta segunda foi o Dia T, o Dia do Teixeirão. Após dissolver a comissão técnica por telefone, o presidente da CBF foi aos microfones fazer populismo.
Falou na Itatiaia, explanou no SporTV. Disse que começará, já, o projeto 2014. Tinha de ter um projeto no meio do balablablá. É moda.
E o tal arranjo vai começar logo. Parece que, em agosto, contra os USA , o Brasil já deve ser representado pela nova geração. Assim, a CBF já estaria pensando em 2014.
O chefão da CBF está impressionado. Ele descobriu, num Boletim da Fifa, que a Argentina tem 8 atletas Sub23 em seu escrete, a Alemanha tem 9, Gana, 11, e o Brasil, só um.
Pra Sua Majestadade, taí a fórmula do sucesso. Falta explicar o que argentinos e ganeses conseguiram fazer melhor do que os velhinhos brasileiros.
Mas isto não vem ao caso. Importante é ter algo pra enganar os otários que o levam a sério.
O problema do novo projeto é que ele pode sucumbir, como o atual, num lance fatídico de uma etapa eliminatória da Copa.
Nenhuma seleção em tempo algum, boa ou ruim, esteve a salvo do imprevisto, da falha e do acaso. Em caso de dúvida, consultem os húngaros sobre 54, os holandeses sobre 74 e os brasileiros sobre 98.
Eu prefiro a fórmula do João Saldanha, que não tinha frescuras como esse trololó de projeto. Pra ele, seleção era lugar para os melhores do momento.
Ora, se Lúcio, Maicon, Juan, Gomes, Luisão, Robinho e Júlio César (apesar da falha absolutamente humana), Kaká (apesar da má condição física) são os melhores, por que não convocá-los?
Está certo que o momento é de se aproveitar Ramires, Hernanes, Ganso, Neymar, Pato, Fábio, André, Jonathan, Wesley e outros novos ou seminovos.
Agora, montar uma seleção de novatos pra levar surras e mais surras desnecessárias é jogar -muito mal, diga-se- pra platéia.
Teixeira com essa conversa aparentemente radical aquer apenas reforçar a idéia de que a Copa não foi perdida por ele, mas pelos componentes da comissão dissolvida. E só.
Esse filme já passou em 91. A estrela da época foi Paulo Roberto Falcão, que, depois, após várias derrotas, foi defenestrado.
Ricardo Teixeira continua tão arrogante quanto incompetente. Melhor seria entregar a Seleção para um diretor profissional conduzir e sair de fininho.
O discurso dele é exatamente o das hienas caçadoras de técnicos. O final todos já sabem. Se der errado, lá vem outro papo furado e mais uma dissolução de comissão técnica. Só ele jamais se demite.